O CARÁTER DE AMAR O OUTRO
- Nayrallima
- 4 de jan. de 2017
- 5 min de leitura

(foto: billwalsh.photography/ecuador)
Aplausos para o primeiro post do ano!!!! HAHA
Gostaria de deixar os meus agradecimentos a todas as pessoas que acompanharam o blog em 2016, e apesar da minha correria, consegui até escrever. Esse ano vou me dedicar mais, porque eu sei que, aqui é uma fonte de multiplicação de conhecimento sobre o Reino, não podemos deixar isso escapar, não é mesmo?! Feliz novo ano! Que haja cura interior, busca pelo que se acredita, fé, perdão e muuuito amor!
Falando em amor, tem essa passagem linda que diz : “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e com toda a tua capacidade intelectual, e , Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Lucas 10:25) tem outros lugares na bíblia que também falam sobre, mas eu resolvi trazer essa em especial.
Eu estava estudando uma lição na revista da Escola Bíblica Dominical (EBD) "A adoração integral ensinada por Jesus" e me chamou bastante atenção a forma como o comentarista Thiago Brazil descreve o estudo, e a forma tão simples, pura e verdadeira que ele trouxe o tema, que por muitas vezes é repetitivo, mas que, consegue se reinventar nas inúmeras vezes que é contado. Eu vou trazer um breve resumo da lição com as minhas palavras e também com outros eixos, que acredito serem importantes para falarmos sobre esse amor de Deus que nos constrange, e sobre amar o próximo. Espero que o Espírito Santo me auxilie na escrita, e te auxilie na leitura.
Em Lucas, no capítulo 10 do versículo 25 ao 35 ele discorre sobre um doutor da lei, que questiona a Jesus sobre o que seria esse "Amor ao próximo" e " Quem é o meu próximo". A conversa deles é muito interessante, porque o doutor da lei, que em minha opinião seria alguém dotado de saber, faz umas perguntas que se fosse voltada para uma outra pessoa, ela certamente não saberia trazer com tanta precisão a resposta, do modo que Jesus trouxe e trás até hoje. E Jesus em sua essência e humildade conta-lhe a seguinte parábola. {Que um homem descia de Jerusalém para Jericó quando foi pego por pessoas ruins, as quais, espancando-o, saíram e deixaram-no caído, sem auxilio, socorro e prestes a morrer. Jesus conta que pessoas passaram pelo caminho, e dentro de uma lógica cristã, talvez essas pessoas pudessem ajudar o homem caído, mas foi bem angustiante perceber que para um sacerdote que passou, e na sequência, um levita, aquele homem caído não tinha importância alguma, porque eles passaram direto, foram omissos, faltou-lhes empatia pelo próximo. E depois disso, passou um homem samaritano, que dentro de uma lógica cristã (que foi projetada) o mesmo não auxiliaria porque era etnicamente rejeitado. Como você pode perceber, o desfecho foi outro, o "Bom samaritano" prestou-lhe socorro, deu-lhe toda assistência necessária, hospedou o ferido e ainda arcou com todas as despesas}.
Quando Jesus resolveu trazer essa parábola, eu fico ainda mais constrangida por sua enorme sabedoria. Porque dentro das improbabilidades, Ele consegue trazer algo pra nos balançar, mostrar que na lógica dele, não existe padrão social, muito menos maneiras de amar o outro. Você precisa amar o seu próximo e pronto. Thiago Brazil chega a citar que "Nós somos excludentes, e o Reino de Deus é inclusivo", veja só onde nós estamos, onde eu e você inúmeras vezes nos encontramos. Selecionamos a quem ajudar, e/ou até que ponto ajudar o outro, quando isso é útil pra mim. E em outros momentos, deixamos de amá-lo quando ele começa a construir inutilidades, que pra mim não servem, logo, eu só amo a outra pessoa, quando ela tem o pensamento igual aos meus, quando as ideologias políticas dela são iguais as minhas, quando estar com ela vai ser útil pra mim.
"Nós somos excludentes, e o Reino de Deus é inclusivo"
A verdade para além do que dominamos de certo ou errado, é que o próprio Jesus diz que, como é que amaremos a Ele, se não conseguimos amar quem está ao nosso lado? "Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?" ( I Jo 4:20b)
Cuidar de alguém, entende? É tão agradável saber que existe alguém que se importa com você, que pergunta como está (alguém terreno mesmo), é tão louvável para o reino cedermos aos nossos caprichos e cuidar também de quem “não” me cabe cuidar, mas, pelo amor sem medidas de Cristo eu ouso fazer isso, e cuido, e amo, e me importo.
"É tão louvável para o reino cedermos aos nossos caprichos e cuidar também de quem “não” me cabe cuidar, mas, pelo amor sem medidas de Cristo eu ouso fazer isso, e cuido, e amo, e me importo"
Amar as pessoas de forma sólida, não cabe dentro de cerimoniais nem doutrinas. Falando em solidez, tem algo interessante que Bauman diz em seu livro - Amor Líquido: Sobre a fragilidade dos laços humanos, “Atualmente vivemos em uma sociedade que não é unitária, estamos imersos em uma modernidade líquida” quando não conseguimos compactar os nossos sentimentos em algo, mais precisamente em Cristo, andamos assim, líquidos, deixando escorrer pelos dedos o amor que certamente caberia perfeitamente para meu próximo que aguarda uma palavra.
Essa sociedade não unitária é arrogante, individualista, é instantânea e improvável. Eu me preocupo, porque eu faço parte dessa sociedade líquida, que deixa muito a desejar.
Eu busco com toda imperfeição, seguir o caminho certo, a verdade e a vida que é Jesus, porque eu sei, que dele provém a perfeição, dele vem o meu olhar, ouvir, e sentir o meu próximo.
Deus deseja que desenvolvamos um tipo de vida autentica diante dele, a ponto de não desejarmos mais nada, além de um relacionamento intenso e arrebatador com Ele. Na revista da EBD, o comentarista destaca a seguinte frase “ Adoração não está relacionada com aquilo que recebemos, mas sobre nossa percepção de quem é Deus”. Eu achei de arrepiar essa colocação, porque me leva a perceber que, se eu entendo o meu próximo, se eu busco auxiliá-lo , se isso arde em mim pra ser feito, eu tenho uma percepção de quem é Deus pra mim e em mim. O meu relacionamento com Ele não é inválido, muito pelo contrário, é um relacionamento que gera vida, porque Ele é, e eu decidi caminhar com Ele.O nosso caráter diante de Deus precisa ser integral, principalmente em nossos relacionamentos, não podemos oscilar.
“O amor de Deus torna-se palpável quando nos dedicamos a construir uma vida digna àqueles que, em virtude da maldade e pecado, tiveram-na roubada” ( Mateus 25.34-40)
Beijos, abraços! Tenha um ano lindo, amando mais o seu próximo.
Com amor, Nayra Lima
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