21 de Abril
- Nayrallima
- 5 de set. de 2016
- 2 min de leitura
[Publicado 24 de Junho 2015]
Aquela segunda-feira parecia normal até eu receber um telefonema próximo das 22h. Não tive como conter as lágrimas, e do outro lado da linha as lágrimas também escorriam, e o peso de cada gota repartia meus sentimentos, e aquela voz tremula, insegura e fraca despedaçava meu chão. Resolvi sentar. Foi apenas um simples, “parei de lutar” que me impulsionou à escrever algo, hoje, aqui.
Estamos vivendo em tempos difíceis, eu sei. Eu bem sei disso! Embora para muitos isso não tenha um peso de importância , pra mim isso pesa bastante, principalmente por minha condição de cristã, jovem e mulher. Acho que por pertencermos a esse seguimento as coisas infelizmente ainda estão bem complicadas por aqui, mas com o tempo e as lutas acreditamos que possa melhorar, ou piorar ( não querendo ser negativa) mas abrindo hipóteses, não vou ser absoluta, nem posso.
“PAREI DE LUTAR” – “cansei” – ” PAREI” .
Essas frases ainda batem em minha mente, e me levam a pensar em que circunstâncias espiritual, psicológica uma pessoa libera tais palavras, e o tamanho da dor que isso pode provocar no futuro, porque quando você analisa o que foi dito, pode-se reparar que veio de uma pessoa cansada, estafada, uma pessoa que parou de lutar pelo que acredita, entregou as fichas e pretende não mas levar a vida, mas deixar a vida ditar um caminho, que seja bom ou ruim, entregar a ela o domínio dos próximos dias, meses ou anos. E o angustiante nisso tudo, não é acompanhar de perto; é saber que existe algo tapando os olhos, pra quem me entende, uma cegueira espiritual. Porque cegueira espiritual? Porque quando não conseguimos firmar um posicionamento enquanto seres que reagem, atribuímos então a algo espiritual, que nossos olhos não podem ver ou compreender, ou que as vezes nem aceitamos direito, mas que precisamos lutar dobrado para, pois a batalha é bem maior do que simplesmente está com os pés nos chão, transcende nossos sentimentos, emoções e ações.
Aos que me conhecem costumo dizer sempre, que nossa luta aqui não é física , é espiritual. Então, porque se trata de algo espiritual, não físico e sabendo que atingindo o nosso ser, podemos nos dar por derrotados, porque as vezes cedemos tão fácil assim? Eu sei que cada um conhece como ninguém a cruz que carrega, e sei também que é muito fácil fazermos uma análise resolvendo tudo quando estamos de lado de lá, ou seja, do lado de fora. Mas do nosso limite quem conhece é Deus. Ainda que pareça incerto, da nossa boca precisa sair palavra que gere vida, e a atitude necessita está diariamente presente em tudo que formos fazer. Sem atitudes, não há João, Maria, Francisco. Sem atitudes e decisões, se perde a essência, porque quando deixamos as coisas seguirem sem rumo, elas carregam esse nosso poder de escolher e decidir.
O poder as vezes está em nossas mãos. aproveite o hoje. o agora. e reage.
Aguardando uma segunda-feira, ou terça, quem sabe na quarta e por aí vai… Ao amanhecer, próximo das 22h ou no meio da madrugada um telefonema, com aquela mesma voz, só que agora segura, forte e que se as lágrimas tiverem que existir, que represente decisão, dizendo que reagiu.
Com amor,
Nayra Lima
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